Quando eu (te) perdi

9 de maio de 2014

Ontem demorei pra dormir e hoje eu não quis acordar. Não era excesso de sono, muito menos depressão. Na verdade, era como se a minha vida, que eu havia levado tanto tempo para “colocar em ordem”, de um dia pro outro tivesse virado do avesso. Para entender melhor o que estou tentando explicar, pergunte a si mesmo: “Você teria coragem de colocar os pés no chão, se não tivesse certeza que realmente existia um chão ali? Teria coragem de descer se, por exemplo, você estivesse de olhos fechados em uma roda gigante, sem noção da altura em que você está nela?”

Dois anos haviam se passado depois do fim, mas, no momento exato em que eu resolvi (sabe-se lá porque) abrir o meu antigo e pouco usado Twitter, as lembranças invadiram a minha mente e bagunçaram todo o meu coração.

“Você estava tão linda ontem! Pensei em chegar perto, falar um oi, inventar um assunto só pra falar contigo... mas sei lá.”
           
A data da mensagem era Abril de 2010, só uns três meses após o término. Na época que ele havia enviado isso, eu pensava que tudo já estivesse perdido. E continuei pensando. Até ontem.

Por mais que eu soubesse que o tempo na maioria das vezes é responsável por mudar os sentimentos das pessoas (ainda que eles sejam fortes), eu não soube dizer não à esperança quando ela quis entrar. Era como se depois de anos, eu me sentisse viva novamente.

Sem pensar duas vezes, me deixando levar pela impulsividade e imensidão de alegria que invadiram os meus pensamentos, digitei:

“Só agora eu li essa mensagem”.
ENTER.

Ele morava fora do país, tinha a vida dos sonhos e uma namorada perfeita. Com certeza a minha atitude naquele momento havia sido uma daquelas que provava ser verdadeira a hipótese existente em uma das minhas músicas preferidas. Pois, certamente não existiam mesmo razões nas coisas feitas pelo coração.

O tamanho do meu sentimento por ele era diretamente proporcional à minha dificuldade de demonstrar. Sempre havia sido assim, mas, sei que tudo o que eu guardava por dentro ficava bastante claro nos momentos de desespero, quando a saudade já era maior que tudo, mesmo que ele ainda nem tivesse voltado para a sua cidade. Lembro com saudades desse tempinho bom, quando o meu abraço era tão forte que parecia esmagar, e o coração batia tão acelerado que às vezes eu jurava que ia sair do peito. Era simplesmente o melhor jeito de tentar prolongar um pouco mais os momentos em que estávamos juntos.  

De repente, uma nova atualização. Era ele. Acho que parei de respirar por alguns segundos, até que li:

“Eu nem me lembrava mais dessa mensagem”.

Li novamente. Só pra me certificar de que era aquilo mesmo. Agora sim, estava constatado que o tempo (e tantas outras coisas) havia sido perdido. E por mais clichê que pareça pensei no quanto eu era feliz e mesmo sabendo disso não soube dar valor, até o dia em que perdi.

Só restava agora voltar a me acostumar a viver como nos últimos tempos. Sozinha com as minhas preces, desejando com todas as forças, que um raio possa sim cair duas vezes no mesmo lugar.

Pois, até hoje, ele foi o meu primeiro e último amor, até porque, depois dele todos os outros garotos, foram simplesmente isso: “os outros”. E sabe-se lá por qual motivo, desde que tudo acabou o meu coração, sem pedir a minha opinião, entrou de greve.


13 comentários

  1. Obrigada Shairane! Que bom que você gostou. :D

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  2. Que lindo,me emocionei!!!!Você escreve muito bem! Bjus
    Orquídea Negra

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  3. Adorei Rhanna, você escreve muito bem mesmo!! Vou sempre acompanhar!
    Me lembrou aquela música do Kid Abelha que diz que "depois de você, os outros são os outros e só"

    Beijinhos
    www.serleitora.com.br

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  4. Noooossa, muito lindo mesmo!
    Tenho tanto medo de estar jogando fora minha felicidade...
    Seu texto me fez refletir muito e rever as atitudes que tenho tomado.
    Por favor, continue escrevendo sempre, vou voltar para ler mais.
    Beeijos

    http://pretobrilhante.blogspot.com.br/

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  5. Que lindo, como você escreve muito bem! Seguiindo :))

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  6. Érica, na verdade esta crônica foi baseada em fatos reais. Quando a minha amiga me contou a história dela, com esses e mais alguns detalhes, eu logo lembrei dessa música também! Então você teve uma ótima percepção ao lembrar da música ao ler o texto, porque eu também lembrei dela ao ouvir e ao escrever a história! :D

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  7. Shairane, Paloma e Jéssica, muuuuuito obrigada meninas! Saber que vocês gostaram e se emocionaram é um incentivo enorme pra continuar escrevendo.

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  8. Aline Gabriela, fiquei feliz demais com o seu comentário viu? Bom demais saber que além de gostar do texto, ele serviu pra te fazer refletir à repeito do que está fazendo com a sua própria felicidade. Reforço a ideia da crônica: Valorize-a muito!!! Vou continuar escrevendo e espero que você volte sempre! s2

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  9. Você escreve muito bem! Esse texto é perfeito e me fez refletir em alguns pontos hahahah <3
    Beijos e fique com Deus!
    Batom de Framboesa e Fan page

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  10. Lindo!
    Faz refletir sobre a escolha que fazemos e o que deixamos passar...
    Seguindo seu blog!
    Até mais!
    http://resenhasdalu.blogspot.com.br/

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  11. Muito lindo, seus textos emocionam! E é incrível, como a gente, lendo, consegue imaginar as conversas, as cenas! Lindo!

    Beijos! Fica com Deus!
    www.pequenamenina31.blogspot.com.br

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  12. Amei o post amiga lindo!!Poderia retribuir já estou seguindo beijos!!
    http://oficialgarotateen.blogspot.com.br/

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  13. Gostei! Também esta história é uma lição :)
    Adorei a frase final e a referência à música "Eduardo e Mônica" :p

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